Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Vôo de galinha

Já vai para nove meses a crise no setor aéreo, uma das poucas coisas que o Brasil tinha para se orgulhar vinte anos atrás. O sindicalista-presidente —ou presidente-sindicalista, não sei bem— faz o que sabe: tenta conciliar, proteger os 'colegas', tudo de modo a que ninguém saia ferido; nem os controladores de vôo, início do problema, mudaram em quantidade ou qualidade, nem as companhias aéreas, que se aproveitaram da situação para predar um pouco mais os infelizes passageiros, passaram a gerenciar melhor as conseqüências da inépcia governamental. Ou seja: auê, imprensa, xingamentos e agressões a funcionários das empresas, tudo isso é pantomima. A única coisa que muda, mesmo, é o povelho, que vai se acostumando a sofrer também na hora de voar, coisa que até 20 anos atrás era privilégio de magnata. Assim, vai perdendo os dedos que restaram —a dignidade— junto com os anéis —a capacidade de indignação. Hmpf.

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