Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Prefeitura apresenta balanço do ‘Programa Viver’

Foto: Eliandro Figueira - SCS/PMI.
O prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, apresentou na terça-feira (18) pela manhã durante coletiva de imprensa o balanço de oito meses do Programa Viver. Participaram também o ator Marcos Frota, o coordenador do Programa, Renato Stochi, a secretária de Educação, Rita de Cássia Trasferetti, o secretário da Família e do Bem estar Social, Luiz Henrique Furlan e o colaborador da Administração Municipal, Baldomero Barbará.
O programa multidisciplinar foi lançado em março com a criação da Central de Risco, composta por funcionários qualificados e um software de última geração. Assim que recebe a indicação de uma pessoa vulnerável, ela envia uma equipe treinada do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para referenciar e acolher a família. Com todos os dados em mãos, os profissionais traçam um Plano de Atendimento específico levando em conta o local da residência e projetos existentes no banco de dados. Essa pessoa é convidada a participar desse plano. Mensalmente é acompanhada para avaliação, revisão e alterações no programa, até seu desligamento ou necessidade de outras intervenções.
O projeto foi estruturado sobre cinco premissas básicas: proteger crianças e adolescentes que não estão envolvidos com as drogas; recuperar os iniciantes, que devem ser reintegrados à vida produtiva e saudável; trabalhar a drogatização considerando a necessidade de recuperar dependentes químicos como missão da sociedade; combater com ações permanentes e enérgicas o traficante e o fornecedor de entorpecentes. O sucesso do programa está diretamente vinculado à participação de toda a sociedade.
Em oito meses, foram atendidos 234 casos; destes, 80,8% foram encaminhados aos órgãos competentes, 19,2% receberam orientação profissional e 23,08% aderiram ao tratamento.
Reinaldo ressaltou alguns resultados dos primeiros meses do Viver. “O Programa Viver é como uma indústria; existe construção do prédio, colocação dos equipamentos e agora estamos na fase de produção. A equipe inicial observou todas as ferramentas possíveis. Sabemos que a droga é um problema social sério e começamos pelo social com foco na prevenção e o próximo passo será a saúde”, comenta Nogueira e continua. “Em 2015 queremos apresentar o Viver para o Governo do Estado”. Ao final agradeceu a todos da equipe em especial.
O coordenador do Programa Viver fez a apresentação dos trabalhos. Renato destacou as tarefas iniciais de todas as Secretarias envolvidas e o apoio dos órgãos da sociedade civil, entidades, empresas, ONG, Conselhos Municipais, Ministério Público e Poder Judiciário. “Temos que ter responsabilidade sadia”, enfatizou. “Foram 27 escolas de 5º ano trabalhadas, totalizando 2.387 alunos. Foi feita a divulgação do Programa em 63 escolas, um total de 9.464 alunos e 134.890 pais e responsáveis”, revelou Renato.
O coordenador do Programa destacou que há um Sistema de Informação próprio, que inserindo os dados avalia o risco e já classifica em qual faixa a pessoa se encontra: verde, amarelo, que é sinal de alerta e vermelho, que indica a dependência. “E assim o programa encaminha para o órgão que pode acolher a pessoa”.
O ator Marcos Frota, “padrinho” do projeto, declarou que o Viver requer um trabalho consciente e corajoso. “Faço parte do Conselho Nacional sobre Drogas e durante a reunião de trabalho com a equipe sugeri que seja feito um Decreto para que o projeto continue, mesmo quando terminar o mandato do Reinaldo”, salientou e manteve o discurso. “Este programa tem tudo para ser referência para o Brasil; não podemos desperdiçar lideranças, temos que conduzir o processo do começo ao fim. Indaiatuba é uma cidade privilegiada e o Viver sugeriu caminhos concretos para a prevenção do uso das drogas”, disse.
O Programa Viver desenvolveu ações de prevenção, desde a creche até o quinto ano do ensino fundamental, ano em que as ações são mais específicas e acentuadas, com a participação do Proerd e com a utilização de um material específico complementar ao material didático “Conviver e Aprender” sobre substâncias psicoativas. Todos os alunos de 5º ano e mais 80 professores receberam formação e cartilha do Programa Viver.
A estratégia é focar as ações na prevenção para crianças e adolescentes em idade escolar; intensificar ações para as crianças e adolescente em situação de risco, oferecendo serviços que auxiliem a convivência sadia com atividade de contraturno; trabalhar a dependência com os recursos existentes, mais a rede de informações do Programa Viver e combater de forma energética e constante o traficante.
O principal objetivo na área de prevenção é fornecer informações gerais sobre as diversas substâncias usadas como drogas, permitindo aos orientadores prepararem os alunos para lidarem com sua curiosidade sobre o assunto e evitarem o contato com as mesmas.
Foram sugeridas pela equipe pedagógica indicações literárias (literatura infantil, do acervo da creche ao quinto ano do ensino fundamental) que têm por objetivo orientar o trabalho de professores e educadores em geral com possibilidades para o debate de temas relevantes que dizem respeito à valorização da vida e da saúde física, emocional e social dos alunos.
A Prefeitura elaborou também este ano a ‘Carta de Indaiatuba’ com o objetivo de pedir adesão ao Programa para entidades religiosas solidárias e ONGs para que abracem a causa e unam forças ao Programa Viver na organização e união de todos na luta contra as drogas. Durante esses oito meses 51 entidades assinaram a ‘Carta de Indaiatuba’.
As metas para 2015 são a elaboração de um plano piloto integrado e ampliação das ações estratégicas em parceria com empresas do município, além de ampliar ações conjuntas com Escolas Estaduais, viabilizar parceria de tratamento com equoterapia (que amplia e ativa os neurônios), ampliar parceria com Rotary, Lions, igrejas e ONGs, aplicar o projeto de laborterapia para dependentes e buscar apoio Federal no Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas).
Após a coletiva de imprensa, as autoridades municipais acompanharam o ator Marcos Frota para conhecer a Central de Risco e o CAPS AD. Na terça-feira (18) às 19h30 foi realizada uma apresentação dos dados do Programa Viver para a população interessada, também com a presença do ator.

Programa Viver em números
Na evolução dos atendimentos temos: fevereiro 1 (0,43%); março 23 (9,83%); abril 29 (12,39%); maio 20 (8,55%); junho 22 (9,40%); julho (12,82%) agosto 41 (17,52%); setembro 39 (16,67%); outubro 29 (12,39%), totalizando 234 (100%).
Separando por sexo, foram atendidos 31,6% de mulheres e 68,4% de homens. O atendimento por idade seguiu da seguinte maneira. Maior de 18 anos 5 (2,14%); de 1 a 5 anos 0 (0%); de 6 a 10 anos 7 (2,99%); de 11 a 15 anos 38 (16,24%); de 16 a 20 anos 47 (20,09%); de 21 a 25 anos 32 (13,68%); de 26 a 30 anos 32 (13,68%); de 31 a 35 anos 22 (9,40%); de 36 a 40 anos 18 (7,69%); de 41 a 45 anos 10 (4,27%) de 46 a 50 ano 8 (3,42%); de 51 a 55 anos 6 (2,56%); de 56 a 60 anos 3 (1,28%) de 61 a 65 anos 4 (1,71%) de 66 a 70 anos 1 (0,43%); de 71 a 75 anos 1 (0,43%) e de 76 a 80 anos 0 (0%), totalizando 234 (100%).
O atendimento por escolaridade seguiu da seguinte maneira: Analfabeto 1 (0,43%); Fundamental I – 14 (5,98%); Fundamental II – 92 (39,32%; Ensino Médio 79 (33,76%); Superior 6 (2,56%); Não Informado 42 (17,95%), totalizando 234 (100%).
Contabilizando o atendimento por tipo de contato, foi obtida a seguinte proporção: 3,4% por indicação; 5,6% por e-mail; 42,7% por telefone e 48,3% pessoalmente. Separando por orientação e atendimento (lembrando que por orientação, devem ser entendidos os atendimentos a pessoas que contataram o Programa Viver solicitando apenas informação, não gerando encaminhamento). Foram 45 orientações, o que representa 19,2% e 189 atendimentos, equivalente a 80,8%.

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