Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Banda Villa-Lobos realiza dia 17 última apresentação da temporada 2015

Foto: Arquivo – Eliandro Figueira – SCS/PMI. 
A Corporação Musical Villa-Lobos, apoiada pela Secretaria Municipal de Cultura, realiza no próximo dia 17, quinta-feira, às 20 h, na Sala Acrísio de Camargo, no Ciaei (Avenida Engenheiro Fabio Roberto Barnabé, 3655 - Jardim Regina), a última apresentação da temporada 2015. O espetáculo, que tem entrada gratuita, tem como tema Um Toque de Clássicos, com repertório que traz arranjos da banda sinfônica para obras de compositores como Leonard Bernstein, Shostakovich, Sibelius, Von Suppé, Aaron Copland e Bela Bartok, além de uma versão inovadora do coro Aleluia, do oratório O Messias, de Haendel. A regência será dos maestros Samuel Nascimento de Lima e Tiago Morandi Roscani, com direção artística de Wladimir Soares. Logo antes do início do concerto, o público poderá conferir também a premiação dos vencedores do Concurso Literário Acrísio de Camargo, realizado pela Secretaria de Cultura. Informações: (19) 3894-1867.

Sobre o repertório
- Finlândia, de Jean Sibelius, será a música de abertura de Um Toque de Clássicos. Sibelius foi um compositor cuja música teve importante papel na formação da identidade nacional finlandesa. Dentre suas composições mais famosas, destacam-se Concerto para Violino e Orquestra em ré menor, Finlândia, Valsa Triste (o primeiro movimento da suíte Kuolema), Karelia Suite e O Cisne de Tuonela. Aqui, a regência é do Maestro Samuel Nascimento de Lima.

- Fanfarra Para O Homem Comum, de Aaron Copland. Neste caso, a palavra fanfarra não se refere a um tipo de agrupamento musical, mas sim a um estilo de arranjo musical. É quase um hino em homenagem ao cidadão que se dedica à sua pátria e foi escrita num período de grande conflito para a humanidade, a II Guerra Mundial. Logo após o bombardeio de Pearl Harbor, o maestro André Kostelanetz encomendou a Copland uma obra orquestral que representasse uma galeria de retratos musicais de grandes americanos. Copland compôs Fanfare for the Common Man, dedicada aos milhares de trabalhadores que deram suporte à produção durante o período da guerra, bem como aos anônimos soldados que ofereceram suas vidas pela pátria. Este arranjo sinfônico terá a regência do maestro Tiago Morandi Roscani.

- Romanian Folk Dances, de Béla Bartók. Trata-se de uma suíte de seis peças curtas escritas originalmente para piano em 1915. Dois anos depois, Béla Bartók fez a orquestração dessas peças. As danças foram inspiradas por temas que camponeses da România tocavam em suas flautas. A regência é do maestro Tiago Roscani.

- Dança do Sabre, de Aram Khachaturian. Apaixonado pela música popular e folclórica, Khachaturian viajou pela Armênia para pesquisar canções populares e compôs músicas baseado nesses temas. Suas obras mais famosas são as músicas dos balés Spartacus e Gavane. É no último ato deste balé que se encontra a famosa Dança do Sabre, que a Corporação Musical Villa-Lobos apresenta sob a regência de Tiago Morandi Roscani.

- Danzon nº 2, de Arturo Márquez. Arturo é um compositor mexicano que usa formas e estilos musicais populares e incorpora-os na sua música orquestral. Apesar de ser um compositor bastante prestigiado no universo da música mexicana, Arturo Márquez só ganhou notoriedade internacional a partir de 1990, que é quando ele começa a escrever a sua série de Danzones, peças inspiradas em temas musicais de Cuba e da região mexicana de Vera Cruz. Danzón no. 2 foi incluída no programa que a Orquestra Jovem Simon Bolívar, sob a regência de Gustavo Dudamel, apresentou na turnê pela Europa e Estados Unidos, em 2007. Nesta apresentação, a regência é de Samuel Nascimento de Lima.

- Morning Mood, de Edvard Grieg. Popularmente conhecida como Amanhecer, esta composição foi escrita em 1875 para ser música incidental para a peça Peer Gynt, de Henrik Ibsen e acabou sendo incluída como o primeiro dos quatro movimentos da Suite Peer Gynt nº 1. Nesta peça, a melodia se alterna entre a flauta e o oboé. O curioso deste tema é que o público sempre associa o amanhecer à paisagem nórdica da terra de Grieg quando, na verdade, é o tema de uma cena que se passa no Saara marroquino, quando o personagem da peça de Ibsen é abandonado por seus amigos num oásis de palmeiras. A regência é do Maestro Tiago Morando Roscani.

- Abertura Festiva, de Dimitri Shostakovich. Composta como peça de ocasião, retrata com perfeição as atribuições a que esteve sujeita a carreira do compositor. A peça surgiu a propósito da comemoração do 37º aniversário da Revolução de Outubro, em 1954, pela orquestra do Teatro Bolshoi. Shostakovich, que tinha a fama de compor com extraordinária velocidade, recebeu a encomenda e compôs a obra em dois dias. Foi um sucesso retumbante. Essa abertura passou a ser executada pelas grandes orquestras mundiais e foi usada como música tema dos Jogos da XXII Olimpíada, realizada em Moscou em 1980.  Nesta apresentação, a regência cabe ao maestro Tiago Morandi Roscani.

- Poet and Peasant, de Franz von Suppé. Este compositor austríaco escreveu inúmeras óperas e operetas, mas é mais conhecido hoje em dia pelas aberturas de suas óperas. A abertura O Poeta e O Camponês tem sido usada em trilhas sonoras de desenhos animados, comerciais e concertos sinfônicos pop. Esta versão da Corporação Musical Villa-Lobos tem regência de Samuel Nascimento de Lima.

- Candide, de Leonard Bernstein. Bernstein é o autor da música de West Side Story, o musical da Broadway que se transformou num dos filmes mais premiados nos anos 1960. Ele também é o autor dos musicais Candide e On The Town. Candide é uma opereta baseada no romance homônimo de Voltaire e seu primeiro libreto foi escrito por Lillian Hellman. A Abertura de Candide ganhou rapidamente lugar no repertório orquestral. Após o sucesso da primeira performance em 1957, pela Filarmônica de Nova York, regida pelo próprio autor, a Abertura foi interpretada por mais de 100 orquestras em menos de dois anos. A Filarmônica de Nova Iorque a interpretou no histórico concerto em Pyongyang, na Coréia do Norte, em 2008. E agora chegou a vez de A Corporação Musical Villa-Lobos mostrar sua interpretação da abertura de Candide sob a regência do Maestro Samuel Nascimento de Lima.

- Aleluia, de Georg Friedrich Haendel. Autor de uma extensa e eloquente obra, Haendel é mais conhecido pelo oratório Messias, composto durante o verão de 1741 em apenas três semanas. O coro Aleluia é o mais representativo desse Oratório e de toda a obra de Haendel. Um canto inflamado que festeja o conflito superado, cujo acento afirmativo deriva da simples repetição das notas cada vez mais agudas, sobre as palavras King of Kings, and Lord of Lords. Nesta apresentação, o maestro Samuel Nascimento Lima vai apresentar um arranjo mais moderno e contemporâneo, escrito pelo maestro Takashi Hoshide.

Os maestros
Samuel Nascimento de Lima teve seu primeiro contato com a música aos 6 anos, incentivado por seu pai, violonista, que atuava em grupos de serestas. Estudou piano no Conservatório Maestro “Eleazar de Carvalho” e trombone de vara no Conservatório Maestro “Henrique Castellari”. A partir de 1987, passou a atuar como trombonista na 2ª Seção da Banda do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo. De 1995 a 1999, cursou regência na classe do Maestro Roberto Farias na Universidade Livre de Música. Em outubro de 1994, assumiu a regência da Corporação Musical Villa-Lobos de Indaiatuba. Em junho de 1998, assumiu a direção da Orquestra do Projeto Guri, onde atuou até 2009. De 2001 a 2005, cursou regência com ênfase para os sopros no Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, em Tatuí, orientado pelo maestro Dario Sotelo. Participou dos projetos Pró-Bandas, Encontro Latino-Americano de Compositores, Maestros e Arranjadores de Bandas Sinfônicas e Coreto Paulista. Atualmente, atua como Regente Assistente da Banda Sinfônica da Polícia Militar do Estado de São Paulo e como convidado dos grupos Coral, Camerata e Seções de Banda. Também é o bandleader da Jazz Band dessa mesma corporação.

Tiago Morandi Roscani, formado no curso técnico de Piano no Conservatório Jauense de Música, estudou clarinete e bandolim no Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, em Tatuí. É bacharel em Regência Plena e em Regência Coral pela Unicamp, onde foi orientado pelos professores Ângelo Fernandes, Carlos Fiorini e Eduardo Ostergren. Entre os anos de 2010 e 2012, como bolsista SAE pela Unicamp, atuou como curador nos eventos de música erudita dentro da universidade. Em 2011, apresentou-se na Argentina junto do Coro Contemporâneo de Campinas no Festival Internacional de Coros de San Juan. Em 2013 cursou, como aluno especial, algumas disciplinas do curso de Composição na mesma universidade. Em 2014 integrou o grupo “Fábrica de Óperas” na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo, atuando como pianista acompanhador, orientado pelo professor e maestro Abel Rocha. Já participou de oficinas, festivais e masterclasses de regência com os professores Alexandra Arrieche (BRA-EUA), Abel Rocha (BRA), Charles Roussin (BRA), Kirk Trevor (Inglaterra), Hans-Peter Schurz (Alemanha). Atualmente é regente assistente da Corporação Musical Villa-Lobos de Indaiatuba, regente do Coral N. Srª Aparecida de Campinas, clarinetista da Orquestra Filarmônica de Valinhos, integrante do Coro Contemporâneo de Campinas e presta serviços ao Theatro São Pedro, em São Paulo, na área de legenda de óperas.

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